Dieta para respirar melhor

Respirar bem é preciso e se alimentar corretamente também. Quem tem doença pulmonar obstrutiva crônica, DPOC, fica mais suscetível a ter infecções, hipertensão, refluxo, cansaço e dificuldade para engolir. Mas, muitos desses efeitos podem ser prevenidos ou pelo menos amenizados com uma alimentação que forneça energia, nutrientes e proteínas adequadas para fortalecer o organismo e melhorar o sistema imunológico. Outra boa notícia é que provavelmente muita coisa boa você já faz; basta realizar pequenos ajustes para se beneficiar. Inclusive no seu comportamento, como mastigar devagar, comer pequenas porções várias vezes ao dia, para não sentir dificuldade de respirar depois das refeições, e sempre ter algo pronto, para aqueles períodos de falta de ar ou cansaço¹.

O que colocar no prato ²˒³˒⁴˒⁵

Verifique se seu prato está completo, incluindo:
• Proteínas de alta qualidade – carnes magras, ovos e peixes.
• Carboidratos – é importante ter a dose certa de carboidratos no prato. Substitua, sempre que possível, os derivados de farinha branca pelos chamados carboidratos complexos, caso das versões integrais de pães, torradas e macarrão. Por serem ricos em fibras, ajudam a melhorar a função do sistema digestivo e o controle do nível de açúcar no sangue. Nesse sentido, outras boas opções são farelo de aveia, lentilha, quinoa, feijão e cevada.
• Alimentos frescos e da estação – são ricos em vitaminas, minerais e fibras, além de terem preço mais acessível. Isso vale para frutas, legumes e verduras.
• Produtos ricos em potássio – esse mineral – o potássio – é vital para a boa função pulmonar. E ingerir alimentos com potássio é ainda mais importante quando o médico ou nutricionista prescreve diuréticos. Boas fontes são banana, abacate, verduras de folhas verde-escuras, tomate, aspargo, beterraba, batata, banana e laranja.
• Gorduras saudáveis – ajudam a saciar a fome e têm ação anti-inflamatória. As gorduras saudáveis são encontradas no azeite, no abacate, nas nozes e nos peixes, principalmente no salmão e na sardinha.

O que evitar ²˒³˒⁴˒⁵

• Sal – o excesso de sódio provoca retenção de líquidos, o que pode afetar a capacidade de respirar. Na prática, além de tirar o saleiro da mesa, confira sempre a quantidade de sal no rótulo dos produtos industrializados e modere o uso do tempero no preparo dos alimentos. Um bom jeito de fazer essa redução sem comprometer o sabor dos pratos é caprichando nas ervas e especiarias. Atenção: cuidado com os substitutos de sal com baixo teor de sódio. Eles podem conter ingredientes prejudiciais à saúde. Antes de fazer a troca, é preciso falar com o seu médico ou nutricionista.
• Melão, melancia, uva, repolho, feijão, couve-flor e cebola – podem causar inchaço e gases em algumas pessoas. Se esse não for o seu caso, pode consumi-los normalmente. Pergunte ao seu médico.
• Chocolate – entra na lista vermelha por conter cafeína, que pode interagir de maneira negativa com a medicação para DPOC. Verifique com o seu médico se você pode comer o doce ou se é melhor cortá-lo.
• Frituras e alimentos gordurosos – são alimentos de mais difícil digestão e, por isso, causam gases e inchaços, podendo afetar a respiração.
• Pratos muito condimentados – podem aumentar o refluxo de quem tem DPOC, favorecendo as exacerbações dos sintomas da doença.

Você sabia? ²˒³˒⁴˒⁵

... que não há comprovação científica de que o leite cause secreção excessiva, como muita gente crê? Além disso, é importante lembrar que o cálcio encontrado em boa quantidade na bebida e seus derivados ajudam na manutenção da massa muscular. Na dúvida, converse com o seu médico a respeito.

Bem hidratado ²˒³˒⁴˒⁵
Manter a hidratação é fundamental para o bom funcionamento do organismo e também para ‘soltar’ a secreção, facilitando sua eliminação e melhorando a respiração. Mas, não vale tomar qualquer líquido. O ideal é sempre dar preferência à água e limitar o consumo de café, chá escuro, refrigerante e energético – eles são ricos em cafeína, que pode interferir no mecanismo de ação da medicação para controlar a DPOC. Já o álcool é um capítulo à parte e a ingestão precisa ser orientada e liberada pelo médico, por interferir nos remédios usados e pelo risco de diminuir a taxa de respiração e intensificar a tosse com muco. Peça também para o médico e nutricionista a recomendação de bons chás de ervas naturais para manter a hidratação em dia.

Cuidar do peso é preciso ²˒³˒⁴˒⁵
Ficar em paz com a balança e com o condicionamento físico faz bem em geral e, em especial, para quem tem DPOC. Cuidar do peso é mais um motivo para que a avaliação nutricional faça parte do tratamento da DPOC. A doença pode ser resumida como um mix de bronquite com enfisema pulmonar. E, enquanto as pessoas que têm a primeira (bronquite) tendem a ser obesas, as com a segunda (efisema pulmonar) geralmente estão abaixo do peso. As duas situações são problemáticas. Pudera, já que o excesso de peso exige que o pulmão e o coração trabalhem mais, tornando a respiração mais difícil. Um corpo mais pesado também costuma aumenta a demanda por oxigênio.

Para resolver a situação sem prejudicar a saúde, é fundamental consultar um especialista para desenhar a dieta e o programa de exercícios adequados às suas necessidades e limitações.

Na outra ponta do problema, está o baixo peso, que pode ser uma consequência da falta de apetite, da depressão e da indisposição típicas da DPOC. Diante disso, a pessoa fica mais propensa a ter infecções, sentir-se cansada e fraca. Não bastasse isso, a DPOC, doença pulmonar obstrutiva crônica, exige mais energia ao respirar, o que aumenta o consumo energético, que acentua a perda de peso, gerando um ciclo vicioso. Para fazer os ponteiros da balança subirem, também é preciso orientação especializada para fazer uma melhor combinação e distribuição dos alimentos ao longo do dia.