Asma

Saiba mais sobre o que é asma, sintomas, tipos de asma, diagnóstico e tratamento.

Asma

É uma doença séria, crônica, recorrente e, até hoje, não tem cura. De toda forma, ela pode ser controlada com mudanças de hábitos, cuidados com a exposição a fatores de risco e uso de medicamentos que permitem uma boa qualidade de vida. É importante saber mais sobre os tipos de asma e quais os cuidados principais que você deve ter para se cuidar¹.

O que é?

Asma é uma doença pulmonar crônica caracterizada pela inflamação das vias respiratórias (vias aéreas) que dificulta a chegada do ar até o pulmão¹. É uma doença que não tem cura, mas a escolha do tratamento adequado pode garantir uma boa qualidade de vida. Nesta época em que falamos tanto da importância do “bem respirar”, é bom conhecer melhor essa doença, uma das mais comuns, que afeta cerca de 340 milhões de pessoas no mundo².
No Brasil são mais de 20 milhões de pessoas que enfrentam a doença³ ⁹.
Aparece em pessoas de todas as idades, desde crianças pequenas até idosos⁴. Além de ser crônica, ou seja, recorrente, ela pode se manifestar de formas bem diferentes. Há pessoas que apresentam sintomas persistentes e outras passam longos períodos sem qualquer manifestação. Mesmo que um asmático fique sem sintomas por um período, a doença pode se manifestar a qualquer momento e, por isso, pode ser letal em uma crise grave².

Por isso é tão importante consultar o médico e manter seu tratamento e controle em dia.

Quais são os sintomas?

O que, em geral, caracteriza a asma são chiados (sibilos agudos) ao respirar, aperto no peito, tosse seca e falta de ar².
Alguns fatores externos podem desencadear uma crise. Por isso é fundamental entender com o médico qual é o seu caso e avaliar se a exposição a alguns desses fatores pode estar lhe afetando e tornando as vias aéreas muito sensíveis (hiper reativas) ou obstruídas, limitando o fluxo de ar⁴.
Quando a asma se manifesta e impede uma respiração tranquila, acontece o que os médicos chamam de broncoconstrição (os brônquios ficam contraídos e tornam mais difícil a respiração). Há também a produção de muco e o aumento da inflamação. Ou seja, acaba sendo um processo que vai se agravando se não for tratado ou controlado, piorando o quadro³.

Os sintomas mais comuns³ ⁴

✔ Chiado recorrente na hora de respirar

✔ Tosse seca, que tende a ficar mais grave à noite

✔ Sensação de aperto no peito

✔ Falta de ar ou dificuldade respiratória

Quais os tipos de asma?

Estudos clínicos constatam que a asma venha de uma conjugação de fatores genéticos e também ambientais². A doença pode ser classificada como leve, moderada ou grave. A duração, frequência e intensidade dos sintomas podem variar de pessoa para pessoa e também ao longo do tempo.
A doença geralmente se manifesta na infância, depois passa a ser controlada e assim os sintomas costumam sumir. Mas, podem reaparecer na idade adulta. Por ser uma doença crônica, demanda tratamento a vida inteira, e não somente nos momentos de crise. Tratá-la somente na fase aguda pode ser perigoso, pois a inconstância no tratamento agrava e intensifica as crises, comprometendo a qualidade de vida e, a longo prazo, a capacidade respiratória das pessoas com asma⁵.
Existem vários tipos de asma, mas o tipo mais comum é a alérgica a pó, poeira, mofo, pelos de animais, produtos químicos de limpeza ou beleza, entre outros. A alergia respiratória é hereditária, ou seja, crianças com asma alérgica quase sempre têm pais, avós, irmãos ou familiares com asma ou rinite alérgica. Asma e rinite alérgicas geralmente andam em conjunto, sendo que a rinite está presente em 70 a 80 % dos asmáticos alérgicos. Existe também as não alérgicas como as induzidas por exposição a vapores relacionados a ocupação do indivíduo⁴.

Leve, moderada ou grave

1. Asma leve – sintomas mais suaves, mais fácil de controlar. É bem frequente, compreendendo aproximadamente 60% dos casos⁷.

2. Asma moderada – neste caso, que inclui 25% dos casos⁷, são utilizadas outras formas de tratamento para conseguir o controle da asma⁶.

3. Asma grave – é mais rara (afeta de 5% a 10% dos casos de asma⁷) e se não for controlada pode resultar em crises graves e frequentes e aumentar as chances de morbidade crônica⁸. Para o controle da asma grave, são necessárias altas doses e diferentes abordagens terapêuticas⁶.

Fatores desencadeantes

Existem alguns fatores mais comuns que pioram a doença, como² ³ ⁴:

✔ Alergia ou exposição a ácaros domésticos, como: baratas, pólen, pelo de animais, fungos e outros

✔ Alergia ou exposição a diversos fatores ambientais, como:
   • Fumo de tabaco (ativo e passivo. Ou seja, de quem fuma ou vive perto de um fumante);
   • Vapores industriais e/ou poluição do ar;
   • Produtos químicos irritantes de limpeza ou beleza (como tinta, ou mesmo perfume ou ainda água sanitária, por exemplo);
   • Alguns tipos de medicamentos, como a aspirina, por exemplo (é importante perguntar ao médico se o seu caso pede alguma restrição de uso de medicamentos);
   • Condições climáticas e mudanças de temperatura. Baixas temperaturas, ar muito seco ou umidade em excesso podem dificultar o controle da asma. Um exemplo: durante o inverno abrimos menos a casa, diminuindo a ventilação e a renovação do ar, assim como também é reduzida a exposição ao sol. Todos esses fatores podem piorar a asma.

Tipos de Asma

Asma pode ser classificada por ter ou não como causa um componente alérgico. Ou seja, os dois tipos mais comuns são:

1. Asma alérgica – é o tipo mais comum, desencadeada por componentes (chamados de alérgenos), como pólen, poeira, mofo e produtos químicos.      Existe esse tipo de componente (alérgeno) também na pele e nos pelos de animais de estimação.

2. Asma não alérgica – os gatilhos podem ser o ar seco, o clima frio, o cigarro e até mesmo o estresse, por exemplo.

Como é feito o diagnóstico?

Nem sempre é fácil fechar o diagnóstico. Às vezes alguns dos sintomas de asma, como a falta de ar (dispneia) aguda, o aperto no peito (aperto torácico) e o chiado ao respirar, podem ser provocados por outras doenças.
Caso você perceba esses sintomas, principalmente de forma constante, é importante procurar o médico para que ele possa avaliar o padrão dessas reações, além de testar e comprovar se os sintomas são ou não reversíveis³. No caso da asma, para ter um diagnóstico mais preciso, incluindo qual o tipo da doença, o médico identifica a presença de sintomas como chiado (sibilos) ao respirar ou crises de falta de ar recorrentes, associados a algum tipo de doença alérgica, como dermatite e rinite, e também avalia se existem casos ou histórico de asma ou rinite na família.
Além disso, o exame mais recomendado é o de função pulmonar, que mede a capacidade respiratória. Esse tipo de exame leva a uma classificação clínica que, em geral, é feita de acordo com a frequência dos sintomas, a avaliação do volume expiratório máximo no primeiro segundo da respiração e da falta de ar (débito expiratório) máximo³.

Como tratar e controlar?

A asma pode ser tratada e controlada adequadamente com mudanças de hábitos, evitando a exposição aos fatores que podem desencadear a doença e também com o uso de medicamentos, como anti-inflamatórios por via inalada, permitindo uma ótima qualidade de vida a quase 90% dos pacientes⁴.
Nos casos que medicamentos são indicados para controlar os sintomas, é comum o médico prescrever broncodilatadores que ampliam a capacidade respiratória. O tratamento padrão é feito com a associação de um medicamento anti-inflamatório, da família dos corticosteroides, e de um broncodilatador, geralmente administrados por via inalatória (chamados usualmente pelos pacientes de “bombinhas”). Porém, o tratamento deve ser individualizado, com o objetivo de atender as necessidades específicas de cada paciente³.
Outros tipos de medicamentos podem ser associados aos anteriormente citados, cabe ao médico verificar com o paciente o melhor a ser feito em cada caso e momento da asma.

O que são as “bombinhas” e o que é a nebulização?

Os medicamentos administrados pela via inalatória são popularmente chamados de “bombinhas”. Existem algumas desenvolvidas para uso especialmente nas crises. Porém, se os sintomas não melhorarem após a utilização nas crises, o paciente deve procurar um Serviço de Emergência, onde outros recursos poderão ser utilizados, como por exemplo medicação parenteral e oxigenoterapia³.

A nebulização é uma outra maneira de se administrar medicamentos por via inalatória. Não exige esforço nem cooperação do paciente, e possibilita fracionar as doses dos medicamentos. Em contrapartida, só pode ser utilizada na residência ou no hospital, enquanto as “bombinhas” podem ser levadas para qualquer lugar³.

Pergunte ao seu médico o que é mais indicado para o seu caso.

É importante cuidar das crises?

Sim. Durante a crise de asma, as pessoas com asma podem precisar de atendimento médico emergencial para desobstrução das vias respiratórias. Por isso, a adesão ao tratamento conforme recomendado pelo médico é essencial para minimizar tanto as crises de asma, quanto para evitar que a doença evolua e chegue a comprometer a função pulmonar. O tratamento da asma vai além da administração das medicações, pois requer a adoção de hábitos saudáveis e a restrição da exposição aos fatores que podem piorar a asma.
As crises de todos os tipos de asma podem colocar a vida em risco, embora seja possível preveni-las. A gravidade da doença varia entre as pessoas e pode se apresentar de formas diferentes e ter características diferentes ao longo do tempo na mesma pessoa⁴.
Vale ressaltar que a obstrução das vias respiratórias provocadas pela asma é geralmente reversível. No entanto, se não for tratada, a inflamação crônica pode fazer com que os pulmões fiquem obstruídos de uma forma mais grave e até irreversível.
Por tudo isso, é fundamental fazer um bom diagnóstico e, assim, controlar melhor os sintomas.

Exercícios físicos ajudam?

Vale reforçar que quem tem asma deve ter sempre orientação médica para adequar seu estilo de vida ao controle da doença. Em relação aos exercícios físicos, é importante pedir orientação do especialista sobre qual tipo de atividade e com que frequência você deve ou não praticar. O ideal é que o paciente asmático possa incluir os exercícios e outras tarefas do cotidiano sem limitações, como qualquer indivíduo. Mas para isso, é fundamental que ele esteja com a asma sob controle⁴.
Fazer atividade física sem acompanhamento médico pode ser perigoso. Quando não existe esse acompanhamento, alguns asmáticos têm suas crises desencadeadas especificamente por alguma atividade física (asma induzida pelo exercício). Sim, existem estratégias para seguir com o controle e adaptar as atividades físicas para o seu tipo de asma. Os exercícios são benéficos, principalmente quando promovem uma melhora do condicionamento físico. Com o devido acompanhamento, os exercícios aeróbicos (como caminhada, corrida ou natação) são os mais indicados para quem tem asma³.

O tratamento a longo prazo é para vida toda?

Sim. A doença é crônica, ou seja, requer tratamento a longo prazo e para muitas pessoas implica em cuidados preventivos na utilização de medicamentos de controle para toda vida. A ocorrência de asma tem aumentado significativamente nas últimas décadas. E, no Brasil, entre os cerca de vinte milhões de asmáticos, de 300 a 600 mil são hospitalizados por ano3. Mas, essa condição pode e deve ser controlada. Como? Com orientação médica e um esforço seu para mudar alguns hábitos, é claro.

O recado que fica?

Vamos conhecer a asma e sempre consultar o médico,

manter os cuidados necessários para controlar a asma. Inspire e expire com saúde, disseminando vida.

Referências:
1. NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH (NIH). Disponível em: https://www.nhlbi.nih.gov/health-topics/asthma. Acesso em: 21 de março de 2021.
2. WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Disponível em: https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/asthma. Acesso em: 22 de março de 2021.
3. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Blog da Saúde. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/53400-nems-rj-conversou-com-um-pneumologista-sobre-asma. Acesso em: 22 de março de 2021.
4. FUNDAÇÃO PROAR. Asma. Disponível em: https://fundacaoproar.org.br/doenca?post=asma. Acesso em: 22 de março de 2021.
5. AMERICAN ACADEMY OF ALLERGY ASTHMA & IMMUNOLOGY. Disponível em: https://www.aaaai.org/conditions-and-treatments/library/asthma-library/asthma-triggers-and-management Acesso em: 21 de março de 2021.
6. Global Initiative for Asthma. Global Strategy for Asthma Management and Prevention. 2020. Available from: https://ginasthma.org/
7. WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global surveillance, prevention and control of chronic respiratory diseases: a comprehensive approach, 2007.
8. Bush A, Zar HJ. WHO universal definition of severe asthma.Curr Opin Allergy Clin Immunol. 2011; 11 (2):115-21
9. Carvalho CRR, et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma – 2012. J Bras Pneumol. 2012;38(supl.1):S1-S46.